Capítulo três - Dragões do mal, podem destruir o mundo


― Você chamou um bando de goblins furiosos de sete anões?! ― pergunta Maia, enquanto faz um curativo em meu rosto.

Depois do incidente com os goblins concordei em ter essa conversa com Maia, talvez agora ela não parecesse tão maluca.

Estávamos sentados em uma mesa na praça, e ela estava fazendo curativos nos cortes e machucados que os monstrinhos me deixaram.

― Será que foi por isso que eles... aai ― gemi quando ela colocou um curativo ― ficaram tão magoados? ― perguntei com ar de despreocupado.

― Eu não sei se você é muito corajoso, ou é apenas louco ― disse Maia me observando, enquanto terminava o último curativo.

― Lá vem a engraçadinha me insultando novamente ― disse eu fazendo uma cara feia para ela.

― Pronto, ― disse ela ― você vai sobreviver.

― Obrigado ― respondi sorrindo. ― Mas então, o que você queria conversar comigo mesmo?

Ela respirou fundo e começou a falar.

― Bem... Você deve ter percebido que criaturas mágicas são reais, não? ― perguntou Maia.

Assenti com a cabeça ― Principalmente os goblins, são reais até demais ― falei apontando para meus curativos.

Ela sorriu e continuou.

― Então... Dentro do mundo humano existe um mundo diferente, um universo encantado. Esse universo atualmente é invisível para os olhos humanos, existe um véu entre os dois mundos, somente aqueles com sangue encantado podem ver através desse véu.

Antes que eu pudesse fazer alguma pergunta, ou talvez fazer alguma piada, ela continuou a história.

― Mas os dois mundos estão ameaçados ― continuou Maia ficando séria agora. ― Há mil anos a trás, quando esse véu não existia, humanos e seres encantados viviam como um só, em pura harmonia. Mas quatro homens de grande poder, aprenderam a dominar a natureza, cada um carregava consigo a força de um elemento, fogo, água, terra e ar. Eles eram gananciosos e usaram esse poder para o mal. Travaram inúmeras batalhas e destruíram muitas cidades.

― Que droga! ― falei.

Ela assentiu e continuou a história.

― A sede de poder deles não tinha fim, eles continuaram a buscar mais e mais poder, cada vez em lugares mais sombrios. Com o tempo foram perdendo a humanidade que possuíam, suas aparências mudaram, e alguns anos depois se transformaram em criaturas monstruosas, dragões. Monstros horrendos, por onde passavam deixavam um rastro de destruição.

Lembrei do meu sonho com aquele dragão destruindo tudo em seu caminho.

― Foi nessa época de grande necessidade que surgiram os caçadores de dragões. Quatro guerreiros de coração nobre e grande valor, eles foram capazes de derrotar os dragões e aprisiona-los em quatro lugares mágicos pelo nosso país, no norte, sul, leste e oeste. Esses guerreiros se tornaram deuses, e assim criaram o véu que separa os dois mundos, para que nenhum outro humano repetisse os feitos desses homens maus. De tempo em tempo, esses deuses escolhem um humano de coração puro e o concede sua bênção divina, lhe entregando sua própria arma. O que torna esse humano, um caçador de dragões.

― Nossa, que história incrível! ― exclamei.

― Esses caçadores escolhidos pelos deuses, têm protegido os dois mundos há quase mil anos. Enfrentando diversas criaturas malignas, e protegendo as barreiras mágicas que ainda prendem os dragões. Tudo estava em perfeita ordem, ― continuou Maia ― até alguns dias atrás, alguém ou alguma coisa, passou pelas barreiras mágicas que protegiam a prisão do dragão de fogo e... ― sua voz vacilou ― e o libertou.

― Essa não, isso é terrível! ― exclamei novamente, mas dessa vez bem menos empolgado.

― Isso é mais do que terrível Oliver, desde que o Dragão foi libertado ele vem causando grande confusão no oeste do país, mais precisamente, no Hawaii.

Lembrei-me da notícia que vi mais cedo sobre uma erupção em um vulcão no Hawaii.

― Isso é muito ruim, ― falei com a voz falhando ― e o que aconteceria se os quatro dragões fossem libertados? ― questionei.

Maia me olhou e baixou a cabeça.

― Provavelmente o fim do mundo, tanto o mundo humano quanto o encantado.

― Isso realmente é muito ruim. ― falei fazendo uma careta. Nunca imaginei que o mundo acabaria com um ataque de dragões. Talvez com uma invasão alienígena ou uma grande explosão, mas dragões?! Isso parece insano demais para mim.

― Foi por isso que vim até você Oliver, juntos podemos derrotar esse mal que está para nascer. Eu sou uma caçadora de dragões, recebi o Arco do Sul de um dos deuses, e estou pronta para lutar. E você... Você pode ser o guerreiro da profecia ― disse Maia me encarando com aqueles olhos azuis brilhantes.

― Profecia?! Você não falou nada sobre uma profecia  ― questionei franzindo o cenho.

― Há mil anos a trás, quando os dragões foram presos pelos caçadores de dragões originais, uma profecia foi proferida, ela dizia o seguinte: ― Maia começou a recitar a profecia de olhos fechados, ― quando o mal renascer, um novo guerreiro deve crescer. A luz o seu caminho guiará, e seu futuro ele mesmo fará.

Ãah... Devo dizer que não entendi nada ― conclui me sentindo um pouco confuso.

― Assim são as profecias Oliver, nunca são claras o suficiente. Devemos apenas acreditar.

Fica difícil acreditar em algo que você não entende. Eles podiam simplesmente proferir algo concreto, citando nomes e datas. Tudo seria mais fácil.

― Tudo bem, mas o que faz você acreditar que esse guerreiro sou eu?! Você viu meu desempenho lá trás contra os goblins ― disse eu rindo.

― A luz me trouxe até você, eu acredito no seu potencial Oliver Turner ― disse Maia sorrindo. ― Você apenas não despertou o guerreiro que há em você ainda.

E nem vai despertar... ― falou uma voz grave e forte vinda de trás do banco onde estávamos sentados.


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