Capítulo quatro - Definitivamente, ogros não jogam baseball


Antes que eu pudesse me dar conta do que estava acontecendo, a mesa onde estávamos virou e fomos arremessados para longe.

Maia caiu em posição de ataque, com seu arco em mãos, preparada para a batalha.

Eu... Bem, eu caí de cara no chão... De novo.

Hahahahaha — ouvi uma risada assustadora vindo de onde estávamos sentados — é nesse idiota que você deposita sua fé garota?! — Disse a voz sombria.

Ergui a cabeça e olhei diretamente para o monstro. Era enorme, deveria ter uns três metros de altura, seu rosto era deformado e feio. Tinha dentes pontiagudos, e olhos pequenos, seu corpo era coberto por marcas que pareciam tatuagens. E ele carregava sobre o ombro um bastão de baseball proporcional ao seu tamanho, com pregos na ponta.

Levantei, sacudi a poeira e falei apontando para o monstro:

— Você chegou atrasado feioso, o jogo dos Yankees acabou a algumas horas. — Nunca fui fã de baseball, mas conheço o maior time de Nova York.

— Você se acha muito engraçado garoto? Seu sarcasmo acaba aqui, junto com sua vida! — Gritou o monstro.

Maia se posicionou em minha frente. — Como se eu fosse permitir isso seu ogro estúpido — disse ela chamando a atenção para si.

Hahahahaha — Gargalhou o ogro novamente — e o que você pretende fazer garota arqueira? Suas flechas não podem me ferir.

Antes de a criatura terminar de falar, Maia começou a disparar contra ele. Porém, não obteve sucesso em nenhum dos seus tiros.

— Você ainda não entendeu?! - Berrou o ogro. — É inútil! Vou matá-la primeiro garota, você parece ter pressa para morrer.

Ele baixou o bastão de baseball e posicionou-se para atacar. Eu não podia deixa-lo fazer isso. Pensei, bom talvez não tenha pensado direito. — Hey! — chamei — cara, já é o segundo ataque hoje, será que vocês monstros não tem mais o que fazer além de sair por aí atacando os outros? Já pensou em procurar um emprego? Fiquei sabendo que na Monstros S.A. estão precisando de ogros grandes e feios para assustar criancinhas. — Disse eu forçando uma cara de assustado.

O ogro se distraiu por alguns segundos enquanto ouvia as besteiras que eu falava. Mas foi tempo suficiente para Maia correr em sua direção e o chutar ao lado do joelho.

Aaaahhrg! — Gritou o monstro, caindo de joelhos no chão. — Vocês vão pagar por isso!

Levantando, ele correu na direção de Maia, felizmente ela era mais rápida e desviou do ataque do ogro com facilidade.

— Maldita barata, eu vou esmagá-la! — Exclamou o ogro furioso.

Maia continuava a desviar dos ataques do monstro, e sempre que ele deixava uma brecha, ela o acertava com suas flechas.

Mas, por sua respiração ofegante e o suor em seu rosto, era possível ver que ela estava ficando cansada. E ao que parecia, seus ataques não estavam surtindo efeito algum sobre o ogro.

Maia era uma exímia guerreira, ela se esquivava das investidas do monstro e revidava com uma perfeição incrível. Mas por um momento ela vacilou, e o ogro aproveitou esse momento para golpeá-la com seu bastão de baseball gigante.

Aaahr — gritou Maia.

— Não! — Exclamei.

— É inevitável — disse o monstro — vocês vão morrer!

Maia não conseguia se levantar, parecia estar sentindo muita dor, estava indefesa, e o monstro caminhava em sua direção lentamente.

Eu precisava fazer algo, não poderia deixar esse monstro idiota mata-la. Ela veio até aqui por acreditar em mim, morreria por essa crença.

Pus-me em sua frente, estava pronto para protegê-la com a minha vida, porém, ainda não sabia como.

— Você quer morrer junto com sua amiga rapaz?! Muito nobre de sua parte — falou o ogro erguendo seu bastão.

Nesse momento algo aconteceu, alguma coisa dentro de mim despertou. Um relâmpago rasgou os céus e acertou o chão com um estrondo ensurdecedor, fazendo com que o monstro recuasse.

Senti uma grande força me preencher, algo se materializou em minha mão direita. Era uma espada, uma espada grande e prateada.

Sem pensar, ou tentar entender o que tinha acabado de acontecer, eu avancei contra o ogro que ainda estava meio atordoado. Ainda assim ele conseguiu impedir o golpe com seu bastão.

— Seu moleque insolente! E daí que seu poder despertou?! Vou matá-lo assim mesmo! — Gritou o ogro com muita raiva.

Dessa vez eu me sentia diferente, algo me dizia que eu poderia vencê-lo.

— Quero ver você tentar seu feioso! — Falei com confiança.

Ele ergueu seu bastão e investiu contra mim. Talvez tenha sido por instinto, mas consegui desviar da maioria dos seus golpes, e outros pude defender com minha nova arma.

— Maldito, morra logo! — Gritava o ogro furioso.

Ele parecia estar ficando cego de raiva. — Eu poderia usar isso a meu favor. — Pensei.

— E você se diz um ogro?! Aposto que até o Shrek é mais esperto que você. — Falei em tom de deboche, provocando o monstro.

Aaaagrrr... Você vai morrer Oliver Turner! — Berrou o ogro correndo em minha direção furioso.

Furioso, porém desatento. Com toda sua raiva tentou me acertar com seu bastão, tornando assim mais fácil a minha fuga. Ele acertou o chão, deixando sua arma presa. Em um movimento involuntário saltei pisando no bastão para tomar impulso, e com minha espada cortei o ogro ao meio.

— Aaarghhhh — Gritou o monstro se desfazendo em uma nuvem de fumaça preta.


Leia também no WATTPAD
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário